domingo, 22 de junho de 2014

Tá Tudo Dominado

O livre-arbítrio não existe

A ciência comprova: você é escravo do seu cérebro

por Texto Salvador Nogueira


Você se interessou pelo tema desta reportagem e, por isso, resolveu dar uma lida. Certo? Errado! Muito antes de você tomar essa decisão, a sua mente já havia resolvido tudo sozinha – e sem lhe avisar. Uma experiência feita no Centro Bernstein de Neurociência Computacional, em Berlim, colocou em xeque o que costumamos chamar de livre-arbítrio: a capacidade que o homem tem de tomar decisões por conta própria. As escolhas que fazemos na vida são mesmo nossas. Mas não são conscientes. Voluntários foram colocados em frente a uma tela na qual era exibida uma seqüência aleatória de letras. Eles deveriam escolher uma letra e apertar um botão quando ela aparecesse. Simples, não? Acontece que, monitorando o cérebro dos voluntários via ressonância magnética, os cientistas chegaram a uma descoberta impressionante. Dez segundos antes de os voluntários resolverem apertar o botão, sinais elétricos correspondentes a essa decisão apareciam nos córtices frontopolar e medial, as regiões do cérebro que controlam a tomada de decisões. “Nos casos em que as pessoas podem tomar decisões em seu próprio ritmo e tempo, o cérebro parece decidir antes da consciência”, afirma o cientista John Dylan-Haynes. Isso porque a consciência é apenas uma “parte” do cérebro – e, como a experiência provou, outros processos cerebrais que tomam decisões antes dela. Agora os cientistas querem aumentar a complexidade do teste, para saber se, em situações mais complexas, o cérebro também manda nas pessoas. “Não se sabe em que grau isso se mantém para todos os tipos de escolha e de ação”, diz Haynes. “Ainda temos muito mais pesquisas para fazer.” Se o cérebro deles deixar, é claro.

A pessoa decide

O voluntário precisa tomar uma decisão bem simples: escolher uma letra. Enquanto ele faz isso, seu cérebro é monitorado pelos cientistas
1. Observa a tela...
O voluntário olha para uma seqüência de letras, que vai passando em ordem aleatória numa tela e muda a cada meio segundo.
2. Escolhe uma letra...
Na mesa, existem dois botões: um do lado esquerdo e outro do lado direito. O voluntário deve escolher uma letra – e, quando ela passar na tela, apertar um desses dois botões.
3. E aperta o botão.
Pronto. A experiência terminou. O voluntário diz aos pesquisadores qual foi a letra que escolheu e em que momento tomou a decisão.

Mas o cérebro já resolveu

Bem antes de a pessoa apertar o botão, ele toma as decisões sozinho
10 segundos antes
Os córtices medial e frontopolar, que controlam a tomada de decisões, já estão acesos – isso indica que o cérebro está escolhendo a letra.
5 segundos antes
Os córtices motores, que controlam os movimentos do corpo, estão ativos. Olhando a atividade deles, é possível prever se a pessoa vai apertar o botão direito ou o esquerdo.

E já é possível prever pensamentos

Além de provar que o livre-arbítrio não existe, a neurociência acaba de fazer outro enorme avanço: pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, construíram um computador capaz de ler pensamentos. Ou quase isso. Cada voluntário recebeu uma lista de palavras sobre as quais deveria pensar. Enquanto ele fazia isso, um computador analisava sua atividade cerebral (por meio de um aparelho de ressonância magnética). O software aprendeu a associar os termos aos padrões de atividade cerebral – e, depois de algum tempo, conseguia adivinhar em quais palavras as pessoas estavam pensando. O sistema ainda tem uma grande limitação – ele só consegue ler a mente de uma pessoa se ela estiver totalmente concentrada. O que nem sempre é fácil. “Às vezes, no meio da experiência, o estômago de um voluntário roncava, ele pensava ‘estou com fome’”, e isso embaralhava o computador, conta o cientista americano Tom Mitchell, responsável pelo estudo.


sábado, 14 de junho de 2014

As tensões não são causadas pelas pessoas, eventos, pressões ou ambientes, mas pela forma como respondemos a tudo isso. Para uma vida livre de tensão precisamos entender que não podemos controlar os outros. A única coisa que podemos controlar são nossos pensamentos, emoções e comportamento. Isso nos ajudará a aceitar as pessoas e situações como elas são e assim iremos parar de resistir ou controlá-las. Esse entendimento fará com que nossa atenção vá para onde a mudança realmente precisa acontecer – dentro de nós. Quando prestamos atenção no nosso crescimento pessoal e nos alimentamos com pensamentos positivos, sabedoria espiritual e meditação nos tornamos fortes o suficiente para enfrentar situações adversas com calma e sentimentos positivos. (Brahma Kumaris) (extraído do face de André Carvalho).

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Os verdadeiros bastardos inglórios

Não foi só no filme do Tarantino que judeus reagiram aos nazistas na base do olho por olho. Milhares de homens e mulheres partiram para a briga. E foram cruéis



Abba Kovner tinha 23 anos quando foi confinado num gueto da Lituânia, em 1941. Ele liderou uma revolta, fugiu para a floresta vizinha e combateu os alemães ao lado da mulher, Vitka. Após a guerra, integrou um esquadrão de judeus que envenenou milhares de nazistas. O nome do grupo: Vingança. 

Kovner não foi o único a reagir como no filme de Quentin Tarantino. Durante a ocupação alemã, 25 mil judeus se refugiaram nas florestas da Europa Oriental e viraram guerrilheiros - os partisans. 

"Ser um partisan judeu era se sentir sozinho contra todos. Os nazistas queriam te matar. Os soviéticos te odiavam e a população local também. Não tínhamos casa nem comida. E, mesmo se vivêssemos, para onde retornar?", diz Shalom Yoram num documentário da TV americana PBS. Yoram tinha 17 anos quando correu para os bosques da Polônia, depois de ver os alemães matar seus pais. 

Havia guerrilhas só de judeus, mas muitos se uniram a brigadas comunistas ou grupos de ex-soldados soviéticos que ficaram no Leste Europeu quando a região caiu sob domínio alemão. "Nosso grupo tinha 400 pessoas e 30 rifles. Já os russos tinham muitas armas, mas não nos davam nenhuma. Então nós roubávamos deles", diz a polonesa Eta Wrobel. 

Partisans como Frank Blaichman lutaram contra os nazistas. Outros, como Túvia Bielski, priorizaram o resgate de judeus. Juntos, eles descarrilaram trens inimigos, sabotaram usinas, instigaram levantes e contrabandearam judeus para fora da Europa. É o que você vai ver nas próximas páginas. 


Os inquisidores 

Eles eram refugiados europeus, a maioria judeus alemães, que migraram para os EUA e retornaram à Europa com uniforme americano para enfrentar os nazistas. Treinados em inteligência militar no campo de Ritchie, em Maryland, sua missão era interrogar os militares alemães que tinham sido presos durante a guerra. "Eu queria tomar parte nessa guerra. Sentia raiva pelo que acontecera com a Europa e os judeus", diz Guy Stern, que fugiu da Alemanha aos 15 e perdeu toda a família. Stern e seus colegas conheciam o idioma e a psicologia do inimigo - e foram decisivos para quebrar seu moral e obter informações para os aliados. 


O detonador 

Misha Gildenman fugiu com o filho do gueto de Korets, na Ucrânia, e montou um grupo partisan na floresta. Um de seus principais "soldados" era um garoto de 12 anos, Mordechai "Mótele" Shlayan, único sobrevivente de sua família. Loiro, Mótele se fazia passar por polonês e entretinha os nazistas tocando violino num restaurante da cidade de Ovruch. Mal sabiam que ele roubava explosivos na caixa do instrumento e os escondia no porão do restaurante. Em 1943, depois de almoçar como de costume, Mótele fez o lugar voar pelos ares. 


O vingador 

Em 31 de dezembro de 1941, 150 jovens se reuniram num refeitório do gueto de Vilna, na Lituânia. Fingindo celebrar o Ano-Novo, eles planejaram uma rebelião. Dois terços dos 60 mil judeus da cidade haviam sido mortos, e eles sabiam que seriam os próximos. "Não nos deixemos levar como ovelhas ao matadouro", dizia o líder Abba Kovner. "Estamos fracos, mas a única resposta ao assassino é pegar em armas." Pistolas e munições valiam fortuna no mercado negro, e os judeus mais velhos se opunham à resistência com medo dos nazistas. Ainda assim, os jovens fundaram a Organização Partisan Unida (FPO) com o apoio de guerrilhas comunistas da floresta de Rudniki. Escondiam as armas em paredes, sob o chão e em fundos falsos de baldes. Ser pego com uma delas era morte certa. A revolta explodiu em 1943, quando os alemães liquidaram o gueto. Mas a FPO viu que não tinha chance e fugiu para a floresta, onde se aliou a partisans lituanos. Kovner e sua mulher, Vitka, combateram até a derrota alemã. Depois caçaram nazistas no esquadrão Nakam ("Vingança"), que pincelou arsênico no pão de milhares de alemães que tinham sido detidos como prisioneiros de guerra. Estima-se que a ação deixou entre 200 e 800 mortos. 


Os castigadores 

O polonês Frank Blaichman comeu neve nos primeiros dias que se escondeu na floresta de Parczew, em 1942, enquanto a família era enviada às câmaras de gás. Aos 17 anos, ele entrou para uma guerrilha de 100 judeus que dormiam em abrigos cavados na terra. Tinham ao todo 6 revólveres. "Uma noite, fui buscar água com um amigo e ao voltar o acampamento estava queimado. Dias depois, capturamos os dois colaboradores que nos denunciaram aos nazistas. E os castigamos, como tinha que ser", diz Blaichman. Ele e os outros sobreviventes se juntaram à guerrilha de Samuel Gruber, 26, um ex-oficial do Exército polonês. E o grupo se aliou ao clandestino Armia Ludowa (exército popular polonês), que lhe forneceu granadas, minas, metralhadoras, armas antitanques e munição. Arsenal suficiente para atacar quartéis e comboios alemães, explodir pontes, cabos de comunicação e linhas de trem que levavam ao front. Um dia, Gruber visitou um camponês e viu uma judia de uns 5 anos em sua cozinha. O sujeito disse que a encontrara na rua e a entregaria aos alemães em troca de 1 quilo de açúcar, como era de praxe. Do contrário, os poloneses o delatariam por esconder judeus. "Eu então disse aos camponeses que a menina ficaria duas semanas na casa de cada um deles. E adverti que queimaríamos a vila se a entregassem", diz Gruber. "Ela sobreviveu e emigrou para Tel-Aviv. "A maioria dos judeus partisans não teve a mesma sorte: acabou morta em batalhas, ou de fome. Poucos restaram para falar do tempo em que eram bastardos. "Mas, em vez de ser sub-humanos, como os nazistas nos diziam, nós os atacamos", diz Shalom Yoram. "Não era o prazer de matar, e sim de vingar." 


Os salvadores 

O lavrador Túvia Bielski conhecia como poucos os matagais da Bielo-Rússia. Foi ali que ele e seu irmão Alexander salvaram 1 200 judeus. Do total, 75% eram velhos, mulheres e crianças. E só 20% do grupo estava armado. Esses faziam tarefas de proteção, inteligência, sabotagem, saqueio de comida e busca de fugitivos dos guetos. Para despistar os nazistas, o grupo se movia em unidades de 25 membros. "Não tenham pressa em lutar e morrer. Salvar um judeu é mais importante que matar alemães", dizia Túvia. Na última fase, em 1944, o acampamento tinha escola, sapataria e fábrica de sabão. Só 50 pessoas morreram, enquanto nas outras guerrilhas nem a metade sobrevivia. 


Para saber mais 

Fugitives of the Forest 
Allan Levine, Lyons Press, 2008. 

The Minsk Ghetto 1941-1943 
Barbara Epstein, University of California Press, 2008.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

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terça-feira, 3 de junho de 2014

Não me apresso em reclamar dos acontecimentos que contrariam minha vontade. A liberdade interior também nos chega através de nãos.
Padre Fábio de Melo.